segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ONDE ESTAVA DEUS DURANTE A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA-RS?

Minha sobrinha de 18 anos, a mesma idade daqueles que foram mortos nesta tragédia me perguntou à queima roupa: Tio, onde estava Deus na hora do incêndio?

Percebi um misto de revolta e respeito ao me questionar daquela forma. Na verdade ela não entendia porque Deus não havia feito nada afinal ela tinha aprendido, na catequese, que Deus estava ao nosso lado o tempo todo. A dúvida dela é a mesma de milhões de pessoas que ficaram perplexas diante das cenas que se repetiam na televisão. Corpos sem vidas sendo retirados daquele lugar. Jovens com seus futuros interrompidos por uma tragédia. Mas por quê?

Em nossa visão achamos que Deus deveria ter feito algo e apagado o fogo ou, quem sabe, agido de maneira milagrosa para que as paredes da boate caíssem como caíram as muralhas de Jericó. Não, as coisas não acontecem dessa forma.

Ter Deus ao nosso lado não significa que não passaremos pelas dores ou momentos difíceis. A presença de Deus em nossa vida não nos isenta do sofrimento. Viver em Deus não é caminho largo sem dor. A dor e o sofrimento fazem parte da nossa vida por causa da nossa limitação, seremos livres deles totalmente quando, um dia, vivermos em Deus. Mas enquanto caminhamos nesta terra imperfeita e limitada estaremos à mercê do sofrimento e da dor. A diferença está em que aquele que vive uma vida na fé e em Deus encara e supera o sofrimento de forma diferente. O que vive pela fé não é vencido pela dor e pelas tribulações mas supera tudo isso porque Deus está ao seu lado. Aquele apóstolo também sentiu isso, ele não foi poupado do sofrimento, mas tinha certeza da sua vitória: “Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos”. (2Cor 4,8-9). Ter Deus ao nosso lado não nos livra da dor, mas nos dá condições de superá-la.

Disse tudo isso à minha sobrinha que ainda permanecia em dúvida e retrucou: “entendi, mas por que Deus não fez alguma coisa para evitar aquilo tudo?”

Sei que esta é a pergunta que todos estão fazendo porque fomos criados pensando que Deus deve fazer tudo por nós. Felizmente não é assim. Digo felizmente porque Deus nos criou para que tivéssemos um relacionamento de amor com ele. Ele nos ama e nós o amamos. Ora, para que isso aconteça deve haver liberdade. Caso contrário não seria amor e sim pura obediência. Amamos a Deus com tanta liberdade que podemos até rejeitá-lo, caso seja essa nossa escolha. Por causa disso Deus não intervém na nossa história a todo o momento. Fazemos o nosso caminho a partir daquilo que apreendemos do seu amor, temos a sua força que nos impele a superar os momentos difíceis mas não somos parte de um brinquedo de Deus, onde Ele controla tudo com um joystick como se fosse um daqueles joguinhos de computador.

Acontecem-se tragédias, acidentes e ataques terroristas Deus não é o culpado. Até entendo que diante de uma falta de explicação para os fatos tentemos buscar um culpado e não achando ninguém culpamos a Deus. Mas as tragédias acontecem por negligência, por falta de responsabilidade ou porque não se observaram regras básicas de segurança, no caso, acender um artefato explosivo num ambiente fechado. Os acidentes são frutos do desgaste de peças e de falhas humanas e os ataques terroristas, frutos da maldade do coração dos homens. Deus não participa disso.

Mas onde estava Deus? É melhor que mudemos a pergunta pra “Onde está Deus neste momento?”

Deus está nas milhares de pessoas que são solidárias e rezam por essas famílias. Ele está nas centenas de voluntários que se uniram para ajudar. Deus se encontra naqueles que entraram na boate, em chamas, para resgatar os que estavam ali. Deus permanece no coração daqueles que choram e ao mesmo tempo enxuga as lágrimas de um pai ou mãe inconsoláveis. Deus estará no coração de cada parente ou amigo daqueles jovens fazendo com que eles possam retomar as suas vidas. Deus estará na voz daqueles que irão denunciar as péssimas condições de segurança de locais semelhantes à esta boate para que outras tragédias não venham acontecer mais.

Deus deve estar em seu coração neste momento, para que você se una à essas famílias e reze por elas. Deus deve estar em seu coração, neste momento para que você procure alguém que esteja sofrendo para consolar e ajudar.

Deus pode fazer tudo, mas prefere fazer tudo através de você.




Padre Juarez Castro

domingo, 6 de janeiro de 2013

“Maçonaria de pau”.



Palavras do Gr.'. Mestre, Pod.'. Ir.'. Louis Block, de Yowa, sobre o que ele chama “maçonaria de pau”:

“Muitos maçons que aprendem a recitar o ritual de maneira automática, não sabem que através de suas místicas palavras há ocultos pensamentos e significados que bem merecem ser descobertos. Semelhantes maçons estão aptos para viver mecanicamente balbuciando frases ritualísticas, como alguns devotos ignorantes cantam as rezas em latim, cujo real significado pouco, ou nada, conhecem.
Uma coisa é estar apto para desempenhar e recitar um ritual, e outra é saber que o ritual tem um significado e conhecer qual é esse significado, aplicando-o á sabedoria, força e beleza, em nossa vida diária.
A Maçonaria não serve para cega e estúpida devoção, consagrada a ela por homens de pau, que não sabem porque a servem; o que ela ama é a inteligente lealdade de homens que pensam e que têm uma razão para a sua fé.
Ela ocultou as suas lições em frases místicas, não com o propósito de que aprendamos um número de palavras de estranhos sons, que sempre permanecerão para nós vazios e desprovidos de significado, mas com o fim de nos fazer pensar.
Muitos recitam o ritual como se contivesse algum mágico encanto, e, para esses, o simples fato de que não podem entender o que ele diz, parece dar a suas frases misteriosas um poder milagroso.
Estes homens podem constituir boas máquinas, porém nunca serão maçons.
O Maçom que não consagra tempo para estudar e pensar, que nunca examina nem reflexiona, que só decora, que não penetra no significado aparente da palavra para buscar o pensamento real que se acha oculto no mais intimo desta, será sempre maçom, mas no nome, somente”

.Traduzido do Boletim do Grande Oriente do Uruguay, de novembro de 1913.